terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A importância da avaliação da aprendizagem, institucional e sistemática no contexto escolar


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https://www.youtube.com/watch?v=xH_rokPtIv4

A avaliação é um processo que deve servir como uma ferramenta indispensável para verificar e contribuir para aprendizagem do aluno e para a melhoria do processo de ensino na instituição, porque a partir dela são tomadas as decisões e realizado um planejamento para a busca da qualidade da educação. No ambiente escolar, ela sempre ocorre de modo informal para os seus integrantes, os vários componentes e as diversas dimensões do trabalho escolar,

Por exemplo: os professores são avaliados pelos alunos, por seus pares, pelos técnicos e pelos dirigentes da escola. O diretor e outros profissionais são avaliados pelos alunos; a infraestrutura disponível é sempre analisada como fator que facilita ou dificulta o desenvolvimento das atividades; o currículo é objeto de apreciação, particularmente pelo corpo docente; as relações de trabalho e de poder são analisadas quanto ao seu potencial de promoverem ou não um clima favorável no contexto escolar (SOUSA, 2015, p. 1).

No entanto, na maioria das vezes, a avaliação formal ocorre somente para o aluno, responsabilizando-o pelo fracasso escolar. Na verdade, a avaliação deve perpassar em um contexto mais abrangente que inclua diversos fatores como qualidade do trabalho dos professores, funcionários e direção da escola, o nível de acompanhamento das famílias, o suporte ao aluno por meio dos recursos tecnológicos, as condições da estrutura física, a oferta de material didático e pedagógico, etc. Logo, a educação deve ser tomada “como um processo que deve estar a serviço da orientação da aprendizagem e estímulo aos alunos para o avanço do conhecimento, cumprindo uma função eminentemente formativa”. (SOUSA, 2015, p. 2). Desse modo, a avaliação é uma ferramenta útil para o ensino-aprendizagem e não pode ser somente limitada a exames descontextualizados e mecânicos que funcionam como forma de punição aos alunos desinteressados e mais barulhentos.

A avaliação escolar é, antes de tudo, um processo que tem como objetivo permitir ao professor e à escola acompanhar o desempenho do aluno, e como tal, não deve ser pontual, eventual e realizada somente no final de um período escolar. Como processo, ela deve permitir acompanhar o aluno no seu cotidiano na escola, identificando seus progressos e retrocessos, suas dificuldades e facilidades (SOUZA 2008, apud SHENINI, 2015).

Como podemos observar, a avaliação escolar não deve ser limitada apenas a um procedimento burocrático de atribuição de nota ao aluno no final de um período, (bimestre, semestre), mas como um diagnóstico que permita a verificação das dificuldades e avanços dos alunos, para que os professores possam obter a partir dela um direcionamento para planejar suas atividades, tendo foco na melhoria do aprendizado do aluno.
O método avaliativo que utilizamos para a nossa realidade vem trazendo bons resultados, visto que nosso alunado está acostumado com esse estilo, isto é, trabalhos individuais e em grupos, que contemplam a oralidade, a leitura, a escrita, etc.

Avalia-se para afirmar valores, ou seja, avalia-se para subsidiar, induzir, provocar mudanças em uma dada direção, evidenciando-se que não há neutralidade nos caminhos, nos procedimentos e nos instrumentos que são utilizados em uma atividade ou em um procedimento avaliativo. (SOUSA, 2015, p. 3).

Com base no exposto a avaliação tem um fundamental papel para provocar mudanças, para direcionar a prática pedagógica nas escolas e nos sistemas de ensinos. Porém, é necessário inovarmos, acompanhando as transformações e avanços no que se refere aos aspectos metodológicos e científicos em nossas avaliações, para que de fato ela desempenhe a função de importante ferramenta que contribui com o processo de ensino-aprendizagem. É evidente que existem muitos obstáculos, tais como: a falta de compromisso, estímulo e envolvimento dos alunos, somada a falta do hábito da leitura, a falta de engajamento do aluno para dedicação ao estudo quando não está na escola, dentre outros.
É interessante mencionarmos que, a maioria dos alunos, que é submetida as avaliações internas conseguem notas satisfatórias para aprovação de ano/série, levando em conta o respeito existente entre aluno e professor que buscam realizar as atividades para obterem aprendizados úteis a vida deles nas diversas áreas do conhecimento trabalhadas na escola. Logo, como educadores necessitamos realizar uma auto avaliação em relação a nossa capacidade de avaliarmos nossos alunos, refletindo assim sobre nossa metodologia, a diversidade e variedade de exames, provas e testes, considerando aspectos como a dinamicidade, criatividade, qualidade, coerência com os conteúdos estudados e clareza das questões. Então, precisamos diagnosticar que tipos de avaliações são frequentes em nossa prática pedagógica e se são atrativas e interessantes para nossos alunos. Esse processo de inovação na prática pedagógica dos nossos professores no tocante ao processo de avaliação é algo que ocorre com o esforço e dedicação profissional dos profissionais da educação que almejam a qualidade da educação em nossa instituição de ensino.

Em nossa escola as avaliações permitem ao professor um retorno constante da adequação das atividades realizadas em classe e do desempenho do aluno. Ela é de fundamental importância para garantir o direcionamento das suas atividades em sala de aula. Sem uma avaliação escolar bem planejada e bem desenvolvida o professor desenvolve suas atividades às cegas, apenas na intuição e o aluno não tem parâmetros seguros para orientar seu comportamento, seus estudos e toda sua vida escolar (SOUZA 2008, apud SHENINI, 2015).

As atividades escritas, orais, em grupo, pesquisas e trabalhos apresentados na sala de aula com apoio das tecnologias fazem com que nossas avaliações possam acontecer continuamente ou até periodicamente em cada bimestre conforme a disciplina e o assunto estudado. Desse modo, a cobrança das tarefas escolares compõem um papel muito importante na avaliação da aprendizagem escolar.
             Ainda segundo Shenini (2015) que menciona Souza (2008) “o constante contato com o aluno e a observação direta permitem o uso de instrumentos variados para analisar formas diferenciadas do desempenho do aluno, favorecendo orientações para a tomada de decisão”. Ademais, a mencionada autora afirma que “nós professores ainda usamos ferramentas como roteiros de observação, seminários de classe, portifólios, questionários, bem como a aplicação dos testes”. Os conteúdos são trabalhados de forma que incentive as potencialidades dos alunos e a construção do conhecimento pelo próprio, valorizando o pensamento e raciocínio. A avaliação também é feita principalmente com provas ao final de bimestres, semestres, mas essas têm um caráter de diagnóstico do aprendizado do aluno, apontando o que pode ser melhorado. A orientação educacional visa a proporcionar ao aluno completa integração com a escola, tanto no âmbito educacional quanto no social.
Sempre existe a informação sobre determinada tarefa avaliativa, sendo a questão de auto avaliação das aprendizagens pelo nosso conhecimento não é realizada. Infelizmente nosso aluno apenas se preocupa em obter sua média, sendo pequena parcela preocupada em aprofundar mais e aproveitar o tempo em sala de aula. Nosso objetivo é enfatizar o crescimento individual, ajudando o aluno a construir e assumir sua personalidade, encontrando uma forma de expressá-la socialmente, e possibilitar-lhe um clima propício ao seu desenvolvimento. Logo, almejamos criar condições para que o aluno assimile profundamente todas as informações – considerando-se a necessidade de receber o ensinamento de forma significativa –, levando-o à especulação, ao confronto.
Vale ressaltar que não existe nenhum trabalho em nossa instituição de ensino relacionado ao déficit de aprendizagem de leitura e escrita fora da sala de aula, visto que cada professor tenta sanar tais situações. Isso é evidente também devido a falta de pessoal no apoio pedagógico para colaborar com o trabalho do professor.
O que se pretende é proporcionar condições para uma formação plena: além da informação, da construção e da troca de conhecimento, o aluno tem oportunidade de participar de atividades culturais e esportivas, descobrindo sua criatividade, suas tendências, seus gostos e desenvolvendo-os plenamente.
Dessa forma, propicia-se ao aluno, levando-se em conta suas dificuldades e seus anseios, um contato profundo e constante com o mundo que o cerca, capacitando-o a estabelecer um vínculo significativo com a realidade e a transpor barreiras, a fim de preparar-se solidamente para a vida futura.
É preciso sistematizar esse método avaliativo, visto que avaliar é a parte mais difícil da profissão de um professor. Toda transformação deve ser dividida entre todos e para todos e isso perpassa por mudanças na secretaria de educação, nas realidades de cada local e de cada tipo de clientela encontrada nas diversas escolas de nosso país. Em nossa realidade vem dando certo apesar dela ser também reconhecida como punição na hora em que o aluno não faz determinada atividade e não recebe sua nota. Por isso, para tornar mais eficiente, o processo avaliativo contínuo, é primordial a consciência e a responsabilidade do aluno em saber seus deveres e ter o compromisso de realizá-los sem precisar de cobranças por parte dos professores.
As novas tecnologias e meios de comunicação se desenvolvem tão rapidamente, que as vezes, nos deparamos com dificuldades em segui-los, e consideramos que apesar dos alunos estarem sempre conectados é incrível no que diz respeito ao âmbito escolar eles aparentemente são leigos e sentem dificuldades em desenvolver suas tarefas precisando da ajuda dos professores e de outros servidores do apoio da escola. Vale salientar que existem aqueles que ainda não se adequaram as novas formas de tecnologia e não estão familiarizados com o universo virtual e tecnológico.
Contudo, nem toda avaliação reflete e testa os conhecimentos do aluno, visto que percebemos que as vezes nas atividades do dia a dia realizadas em sala de aula quando são avisados que estão sendo avaliados não conseguem um bom desempenho, tão quanto do que quando são avaliados continuamente de forma natural sem se sentirem pressionados. Daí, a necessidade de conscientizá-los e criar a cultura da avaliação contínua sobre todas as tarefas desenvolvidas em sala de aula, para que possam sempre serem estimulados ao estudo com frequência, acabando com a cultura de horário de provas e testes. É interessante a execução da diversidade e dinamicidade nas avaliações, que seja explorada de forma criativa a oralidade, a leitura, a escrita e a compreensão oral, eliminando também a timidez do estudante nos processos avaliativos em avaliações que exigem por exemplo a apresentação de seminários.
Muitos problemas pedagógicos como a ajuda no processo de avaliação, na melhoria da aprendizagem de leitura e no acompanhamento do professor em seu trabalho não depende unicamente de nós profissionais da escola em que trabalhamos, depende de uma complexidade no sistema que não consegue melhorias, apenas dados quantitativos que não condizem com a realidade ao nosso redor. Assim, é necessário que as avaliações externas do sistema educacional brasileiro contribuam para alterar a realidade educacional.

O papel justamente dessas avaliações é o de levantar informações que possam ser úteis na administração das redes/sistemas de ensino, pois o que a avaliação faz é identificar aspectos da prática pedagógica já desenvolvida e mostrar de que forma essa prática tem ou não problemas. (SOUZA, 2015, p. 1)

Para medir a qualidade da educação brasileira o Ministério da Educação e da Cultura – MEC tem realizado várias avaliações. A avaliação aplicada aos sistemas educacionais tem por base, além de outros elementos que possam ser verificados, a aferição do desempenho dos alunos em testes padronizados de rendimento, na maioria dos casos de matemática e língua portuguesa. Nesse sentido, o conjunto dos resultados de desempenho dos alunos de uma escola produz uma avaliação da escola e o conjunto dos resultados das escolas produz uma avaliação do sistema.  
Inteirando-se na baliza educacional proposta pelo MEC, a Escola Estadual “Vicente de Fontes”, escola que atuamos como gestor, vem participando ativamente dessas avaliações, visto que o Estado tem exercido o papel de avaliador, utilizando de avaliações externas para verificar a qualidade da educação básica brasileira, a saber: a Avaliação Nacional da Alfabetização - ANA, a Provinha Brasil, a Prova Brasil e o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM.
A ANA está direcionada para as unidades escolares e estudantes matriculados no 3º ano do ensino fundamental, fase final do Ciclo de Alfabetização, e insere-se no contexto de atenção voltada à alfabetização. Ela produzirá indicadores que contribuam para o processo de alfabetização nas escolas públicas brasileiras. Para tanto, assume-se uma avaliação para além da aplicação do teste de desempenho ao estudante, propondo-se, também, uma análise das condições de escolaridade que esse estudante teve, ou não, para desenvolver esses saberes. Assim, a estrutura dessa avaliação envolve o uso de instrumentos variados, cujos objetivos são: aferir o nível de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa e alfabetização em Matemática das crianças regularmente matriculadas no 3º ano do ensino fundamental e as condições de oferta das instituições às quais estão vinculadas.
A Avaliação da Alfabetização Infantil – Provinha Brasil – é uma avaliação diagnóstica que visa a investigar o desenvolvimento das habilidades relativas à alfabetização e ao letramento em português e matemática, desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras. Aplicada duas vezes ao ano (no início e no final), a avaliação é dirigida aos alunos que passaram por, pelo menos, um ano escolar dedicado ao processo de alfabetização. A aplicação em períodos distintos possibilita a realização de um diagnóstico mais preciso que permite conhecer o que foi agregado na aprendizagem das crianças, em termos de habilidades de leitura e de matemática.
Avaliação Nacional do Rendimento Escolar - Anresc (também denominada "Prova Brasil"): trata-se de uma avaliação censitária envolvendo os alunos do 5º e 9º anos do ensino fundamental das escolas públicas das redes municipais, estaduais e federal, com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino ministrado nas escolas públicas. Participam desta avaliação as escolas que possuem, no mínimo, 20 alunos matriculados nas séries/anos avaliados, sendo os resultados disponibilizados por escola e por ente federativo. 
O ENEM foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. Ele é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos - Prouni. Além disso, muitas universidades usam o resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.
Todas essas avaliações são importante para verificar o aprendizado dos alunos nas escolas brasileiras, e para a partir delas serem desenvolvidas ações de melhoria na educação. Porém, “cada escola tem autonomia para refletir, propor e agir na busca da qualidade da educação” (BRASIL, 2005, p. 5). Logo, a avaliação institucional permite a comunidade escolar elaborar seus objetivos e metas, planejar e executar ações no intuito de proporcionar qualidade na oferta de ensino na escola.
Entretanto, no chão de nossas escolas, algumas vezes, faltam profissionais que façam o trabalho de planejamento organizado e promova um acompanhamento eficiente, pois o acúmulo de tarefas torna impossível dar conta do administrativo, pedagógico e docente ao mesmo tempo. Por isso, temos as nossas limitações diante dos grandes desafios e nos frustramos as vezes porque desejamos desenvolver um trabalho melhor e não conseguimos devido problemas que não condizem com a nossa competência e que não são solucionados.
Todavia, a nossa convicção profissional é de buscarmos sempre o compromisso de uma prática pedagógica eficiente, almejando o melhor e tentando mostrar ao aluno que as notas existem para serem obtidas por uma questão burocrática, mas ele tem que se preocupar em crescer como pessoa, como gente preparada para enfrentar as dificuldades no meio social, no mercado de trabalho e progredir profissionalmente de acordo com o sistema econômico vigente, e buscar a sua completude como ser humano.
Desse modo, deve considerar que o aspecto social, humanitário, político e ético não devem ser deixados de trabalhar, por conta da finalidade de atender o sistema capitalismo de competitividade e necessidade de prestação de serviço que privilegie o crescimento econômico de um país, principalmente sem preocupação com a desigualdade social.
Vale salientar que para que o fracasso escolar não classifique apenas o aluno como culpado, as avaliações devem ocorrer obedecendo pelo menos seis dimensões, a saber: “o ambiente educativo, prática pedagógica e avaliação, gestão escolar democrática, formação e condições de trabalho dos profissionais da escola, espaço físico escolar e, por fim, acesso e permanência dos alunos na escola”. (BRASIL, 2005, p. 10).
Portanto, para que a avaliação seja eficiente na promoção da qualidade do trabalho escolar ela deve “revestir-se de características, tais como: ser democrático, ser abrangente, ser participativo e ser contínuo” (Sousa, 2015, p. 4). Assim, o processo de avaliação deve ser visto como uma ferramenta indispensável para o fortalecimento dos órgãos coletivos e colegiados da gestão escolar que almejam a melhoria institucional e dos sistemas de ensino que contribuam para uma educação democrática.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação e da Cultura. Indicadores da qualidade na educação. Edição revista / Ação educativa, Unicef, PNUD, Inep – MEC (organizadores). São Paulo: Ação Educativa, 2005.

SCHENINI, Fátima. Múltiplos instrumentos podem aperfeiçoar o processo de avaliação escolar. Jornal. Edição 11. Portal do Professor. 17/12/2008. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/conteudoJornal.html?idConteudo=272>. Acessado em: 07 dez 2015.

SOUSA, Sandra M. Zákia L. Avaliação institucional: elementos para discussão. Escola de gestores da educação básica. Disponível em: <http://moodle3.mec.gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2015.


SOUZA, Ângelo Ricardo de. [et al]. Gestão e avaliação da educação escolar. Universidade Federal do Paraná, Pró-Reitoria de Graduação e Ensino Profissionalizante, Centro Interdisciplinar de Formação Continuada de Professores; Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Curitiba: Ed. Da UFPR. 2005, p. 23-32. 42 p. (Gestão e avaliação da escola pública). Disponível em: <http://moodle3.mec.gov.br>. Acesso em: 23 nov. 2015.

(Texto produzido por Rosamilton Lima para Sala Ambiente Planejamentos e Práticas Pedagógicas do curso de Especialização em Gestão Escolar pela UFRN)

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