domingo, 7 de fevereiro de 2016

O currículo na Escola Estadual Vicente de Fontes

A função de educador é uma das mais árduas e difíceis. Um fator que contribui de forma negativa é a desvalorização da profissão de professor e a sua baixa remuneração. Logo, para que esse profissional consiga um melhor salário ele se submete a não se limitar apenas a um vínculo, e consequentemente acaba obtendo jornada dupla de trabalho que gera sobrecarga, somadas a insatisfação devido a diversidade de problemas que encontramos no chão de nossas escolas.
Na Escola Estadual Vicente de Fontes a maioria dos docentes possui dois vínculos, seja ambos na rede estadual de ensino ou o segundo vínculo na rede municipal. Isso resulta, na dificuldade de reunir todos esses profissionais para o planejamento coletivo. No entanto, os professores da referida escola tem a conscientização da necessidade de se encontrarem para planejamento, como também possuem o conhecimento das orientações da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional e dos Parâmetros Curriculares Nacionais que enfatizam a necessidade do desenvolvimento de um trabalho que contemple a interdisciplinaridade.
Embora ocorra essa dificuldade que apontamos, conseguimos reunir semanalmente com alguns professores nas horas departamentais para planejamento das atividades. Ademais, nossos professores estão constantemente preocupados com o ensino aprendizagem na Instituição de Ensino, e as discussões no final de cada bimestre são significativas e objetivas, contribuindo para tomada de decisões da gestão escolar, permitindo o direcionamento da escola para a melhoria do ensino aprendizagem na referida escola. A maioria de nossos professores possui curso de especialização, participa de cursos de formação continuada e são dedicados ao estudo, favorecendo o desenvolvimento de um bom trabalho. Assim, são docentes com experiência acadêmica que buscam ministrarem suas aulas com foco na necessidade do estudante, enfatizando a interdisciplinaridade, considerando por exemplo o conhecimento exigido para vida do ser humano, assim como seguindo parâmetros do que é exigido em avaliações externas como a Avaliação Nacional da Alfabetização – ANA, a Prova Brasil e o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Infelizmente, não é possível distribuir todas as disciplinas em suas áreas de formação, mas a gestão faz a distribuição da carga horária priorizando sempre a formação do professor e depois a afinidade com o componente curricular.
Podemos dizer que o ensino tem como função social formar o indivíduo para exercer cidadania e para atuar no mercado de trabalho, pois segundo consta no artigo 2º da lei nº 9394, de 20.12.96, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, “a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Logo, é necessário que a escola trabalhe nessa perspectiva.
A função social da escola não pode ignorar as reais condições em que esta se encontra. A realidade dos alunos, a precariedade vivida pelos professores e a luta que os mesmos enfrentam pela garantia dos seus direitos. Portanto, é indispensável nos referirmos a documentos que garantem tanto ao individuo quanto a escola conhecimentos aos direitos educacionais.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes.
De acordo com as Diretrizes da Secretaria de Educação - SEEC do Estado do Rio Grande do Norte 2012, cada unidade educacional é autônoma, portadora de uma identidade específica, uma qualidade que a faz ser única, o que não significa isolamento, já que é parte integrante do sistema público estadual de ensino. O Projeto Político Pedagógico é o instrumento norteador da organização e da gestão do trabalho educativo escolar; é compreendido como um processo contínuo e sistemático de conhecimento e análise da realidade da escola. Implica previsão e programação das ações a serem desenvolvidas e definição de objetivos e metas a serem perseguidas e alcançadas.
Dessa forma, a SEEC RN desenvolve o processo de construção dos Referenciais Curriculares do Estado do RN, como uma meta estratégica para contribuir com uma melhor qualidade da educação. O processo de construção desses referenciais considera as novas exigências da educação no século XXI e procura definir os saberes básicos objeto da educação básica, que são imprescindíveis a todos para o desenvolvimento integral e para o exercício da cidadania crítica. As escolas devem planejar a garantir a participação dos professores nesse processo de construção, uma vez que se faz necessário o estabelecimento compartilhado das aprendizagens desejadas e básicas como condição da educação básica de qualidade no estado do RN.
Nesse sentido, nossa escola realiza o planejamento das atividades  de aprendizagens nos diferentes componentes do currículo escolar que devem tomar como base as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do MEC, os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Orientações  da SEEC. Assim, atualmente temos como grade curricular para o Ensino Fundamental: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Arte, Língua Inglesa, Ensino Religioso, Educação Física e no Ensino Médio Regular as mencionadas disciplinas, exceto Ensino Religioso e somadas a Sociologia, Filosofia e Língua Espanhola. Já no Ensino Médio noturno com proposta diferenciada além das mesmas disciplinas dispostas no Ensino Médio Regular foi acrescentado Formação para o Trabalho e elas estão dispostas em blocos, divididos no 1º e 2º semestres. Ademais, nessa modalidade de ensino 200 horas são atividades extraclasses, em que os alunos utilizam horas vivenciadas em projeto com temática voltada para sua realidade, por exemplo está sendo desenvolvido desde 2014 o Projeto Conte até 10, valente é quem não briga, que trabalha o combate a violência e cada semestre é desenvolvida uma temática. Essa é uma forma de tentar assegurar a permanência do aluno dessa modalidade em sala de aula, visto q são alunos que em sua maioria, trabalha durante o dia e só podem estudar a noite, mas apresentam cansaço e as vezes diminuem a produção de atividades escolares.
  Portanto, na Escola Estadual Vicente de Fontes temos o compromisso com toda a comunidade escolar e estamos sempre preocupado e atentos com a questão do currículo. Nossos profissionais desenvolve as suas atividades com o foco nos conteúdos que serviram de suporte para sua vida quando estiverem fora das quatro paredes da escola. Assim, seguimos as orientações das leis educacionais vigentes em nosso Estado e país.

Referências


LDB. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei nº 9.394, de 20.12.96. (1996).



NATAL. Diretrizes. Secretaria do Estado do Rio Grande do Norte. 2012.

(Texto produzido por Rosamilton Lima. Atividade da Sala Ambiente Fundamentos do Direito à Educação do Curso de Especialização em Gestão Escolar).

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