segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Gestão democrática na escola: uma luta contínua

São muitos os desafios na educação brasileira para que possamos melhorar a aprendizagem de nossas crianças e adolescentes matriculados nas redes de ensino público que ofertam a educação básica. Para que isso ocorra é necessário dentre outros fatores, que nossa escola seja bem administrada. Logo, gestão democrática pode ser um elemento essencial tendo em vista que ela deve ser compreendida como o processo político. Para que possamos avançar nesse processo de gestão democrática alguns instrumentos são fundamentais como a Conferência da Educação, Conselho Municipal da Educação, Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, outros conselhos específicos no sistema, Orçamento Participativo na Educação e eleições de dirigentes escolares.
Entretanto, destacamos que esses instrumentos devem ser de forma eficiente e não apenas constituídos ou ocorrerem para atenderem a princípios burocráticos, como por exemplo, muitos conselhos existem apenas no papel e não cumprem com sua verdadeira função que deve ser uma participação autônoma e ativa no acompanhamento de programas e projetos que contribuem para a melhoria do processo educacional. Vale ressaltar que as escolas antigamente foram sendo ofertadas para a população por pressões dos políticos para atenderem reinvindicações de seus eleitores. Atualmente, ainda persiste essa aproximação direta dos políticos com a educação, por exemplo, secretários e diretores de centros regionais continuam sendo nomeados de acordo com indicações políticas. Assim, se o político for bem intencionado para com a melhoria de sua região, ele vai usar de sua influência para atender as necessidades dos seus correligionários, sendo que existe muita carência em nossas escolas públicas em seus vários aspectos.
É interessante frisarmos que a ineficiência dos conselhos pode ocorrer devido manobras políticas de gestores, comodismo e abstinência de participação, evitando trabalho na busca de solução para problemas que afetam a comunidade escolar. Então, a pessoa opta em não contribuir, juntamente com a falta de formação adequada para o conselheiro, indisponibilidade para o trabalho voluntário, dentre outros. Assim, é difícil na hora de escolher os conselheiros, por essa resistência na participação porque não desejam assumir responsabilidade no acompanhamento das ações desenvolvidas na escolas, assim como a falta de capacitação técnica para os membros que compõe esse órgão.
O Conselho Escolar tem a finalidade de repassar aos dirigentes o que a comunidade quer da escola e o que deseja ser feito. O conselho de escola é um instrumento que funciona como um combatente contra más gestores que tentam se apropriarem dos bens públicos. Em nossa escola tentamos incentivar as pessoas para a participarem dos conselhos, porém é um desafio convencê-los a fazer parte. No que se refere a formação técnica para esses conselheiros, os mesmos não desejam participarem de nenhuma capacitação, alegando falta de tempo e dificuldades para estudar em cursos a distância pela não afinidade com a tecnologia.
O gestor escolar na maioria das vezes se sente limitado para solucionar problemas que dependem de instâncias maiores, e as vezes fica subordinado ao jeitinho de um político influente. A escola busca a aproximação com a família, pois ocorrem reuniões bimestrais e o conselho escolar sempre se reúne, embora com algumas dificuldades de conciliação de tempo para os membros do conselho que estão sempre alegando que estão sobrecarregados. Então, compartilhamos com o pensamento da professora Elba Siqueira de Sá Barreto  quando afirma que:

Embora atualmente os conselhos de escola e as APMs estejam presentes em todas as redes de ensino, observa-se que a participação na escola costuma ser ainda bastante limitada. São poucos os pais que comparecem às reuniões e as decisões aprovadas servem, muitas vezes, tão somente para dar mais força às medidas que o corpo docente adotou, ou quer adotar, ou que a direção quer tomar. Essas reuniões não refletem, de fato, um processo de discussão e envolvimento mais amplo.

Com base no exposto, a gestão da escola tem que reconhecer que a opinião dos pais e da comunidade é importante para a melhoria da educação na escola. Assim, os conselhos falam aos dirigentes em nome da sociedade, pois a escola pública pertence aos cidadãos. A educação é essencialmente uma prática social presente em diferentes espaços e momentos da produção da vida social. Portanto, em nossa escola embora há dificuldades quando vamos formar o conselho escolar, ele atua sempre que necessário e está sempre acompanhando as ações e acontecimentos, contribuindo para o bom funcionamento do Estabelecimento de Ensino e fortalecendo o processo de gestão democrática.

Referências


BARRETO, Elba Siqueira de Sá. A participação na escola: contribuições para a melhoria da qualidade da educação.

(Texto produzido por Rosamilton Lima para a Sala Ambiente Políticas e Gestão na Educação pela Especialização em Gestão Escolar pela UFRN) 

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